segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Novidade II

Técnica de irrigação subterrânea israelense será implantada em lavoura no Rio Grande do Sul

Método gasta menos água e energia e amplia a produtividade na irrigação

  • Roberto Witter
  • roberto.witter@zerohora.com.br





Foto: Roberto Witter / Agência RBS
A novidade começa a ser utilizada em solo gaúcho
Gastar 40% menos de água e 30% menos energia, além de ampliar a produtividade na irrigação de lavouras é a promessa de um sistema de irrigação desenvolvido em Israel.

A novidade começou a ser utilizada no Rio Grande do Sul. Em Palmeira das Missões, no noroeste do Estado, o agricultor Flávio Fialho Velho inaugura no plantio desta safra de feijão o uso do equipamento subterrâneo. Ao contrário do popular sistema de pivôs, que irriga a lavoura por cima, o modelo israelense é estruturado por baixo da terra.

Para colocar em prática o projeto, Flávio separou 80 hectares dos 1,2 mil da propriedade. Deixou o espaço ocioso por alguns meses, mas garantiu o cultivo da próxima safra com irrigação em todos os ciclos:

— De 1993 até 2005, a minha preocupação era aumentar a área. Recentemente, mudei o modo de pensar e passei a investir em tecnologia, para ampliar a produtividade. Como está provado que a cada 10 anos enfrentaremos estiagem em sete, a irrigação se torna mais necessária.

O método consiste em uma rede de mangueiras enterrada no solo. A cada 50 centímetros, gotejadores liberam a água já com doses de adubo. A durabilidade da rede é de 15 anos.

— É economia de recursos hídricos e de adubo. A irrigação é diretamente na raiz da planta, aumentando a absorção — explica Rodrigo Schmitt, um dos proprietários da Analys Agricultura de Precisão, importadora da tecnologia desenvolvida pela Netafim para uma região de Israel onde a chuva anual dificilmente passa dos 300 milímetros.

— Nos próximos cinco anos vamos ampliar este tipo de irrigação para outros 460 hectares. É mais caro, mas consigo instalar em todo o terreno, deixando também espaço livre para as máquinas — acrescenta Flávio.

Engenhosidade israelense
O Deserto de Negev, em Israel, foi o berço de dezenas de empresas como a Netafim, muitas das quais nascidas em kibutz — espécie de comuna agrícola. Para cultivar alimentos em uma das regiões mais áridas do mundo, os israelenses desenvolveram tecnologia própria, que virou produto de exportação.

Nas ruas das maiores cidades, como Tel Aviv, onde fica a sede da empresa, a vegetação é irrigada por sistema subterrâneo.
ZERO HORA

Novidade I

Mistura de óleos comestíveis é novo pesticida natural


O produto, desenvolvido por um cientista de Israel, leva na composição óleos de canola, soja, algodão e oliva

por Globo Rural On-line
Israel21/Divulgação
O pesticida composto por óleos comestíveis pode ser alternativa sustentável e de menor custo
Um pesquisador israelense desenvolveu um pesticidasimples, barato e seguro à base de uma mistura de óleos comestíveis. O produto foi criada pelo cientista agrícolaSamuel Gan-Mor, do Volcani Institute, e é uma composição de óleos de canolasojaalgodão e oliva. O cientista descobriu que ingredientes desconhecidos que são ativos nestes óleos podem bloquear a capacidade de respiração dos insetos, impedindo sua mobilidade. 

O produto está sendo comercializado em Israel e pretende ser uma alternativa sustentável e segura, mesmo quando usado minutos antes da colheita – pesticidas químicostradicionais exigem um período de “esfriamento” entre a aplicação e a colheita. 

Tomates cultivados convencionalmente, por exemplo, retêm pelo menos 35 resíduos de pesticidas. Alguns pesticidas químicos provocam disrupção hormonal, têm agentes causadores de câncer ou nerotoxinas que podem ter efeitos nocivos no cérebro e no desenvolvimento de bebês.